Cuba, Panamá e Cartagena de Índias - dicas e roteiro
- Marcia Diniz
- 1 de jun. de 2020
- 11 min de leitura
Atualizado: 24 de mai. de 2024

Numa conversa de fim de tarde começamos a falar em Cuba, e dali para começar a planejar uma viagem à Cuba foi rápido. Voltei para casa decidida que retornaria a Cuba em abril de 2019. Havia estado lá em fevereiro de 2016 e gostei muito, mas não pude desfrutar das delicias do mar caribenho e nem ver Havana Velha em todo seu esplendor.
Havíamos assistido uma serie na Netflix sobre a vida e luta de Simón Bolívar e decidimos visitar Cuba, Cartagena de Índias e a cidade do Panamá.
Era tempo de chuva e frio.
Os preparativos incluíram solicitar uma Tarjeta de Turismo na embaixada de Cuba em Brasília. Os procedimentos são orientados no site https://www.embaixadas.net/1/2101/Cuba-em-Brasilia e incluem o preenchimento de um formulário e depósito na conta da embaixada no Banco do Brasil no valor de R$68,00. Sem necessidade de agendamento, compareci à embaixada levando o passaporte, o formulário preenchido e o recibo do depósito e sai de lá com a tarjeta válida por 30 dias.
Li na internet que o Seguro de saúde poderia ser contratado na chegada em Havana. Chegando lá me perguntaram se eu estava bem de saúde, respondi que estava bem e passei direto, sem falar em seguro. Economizamos.
Partimos num voo da Copa Airlines (BSB/HAV) na sexta-feira (12/04). O saguão do aeroporto de Havana é repleto de pessoas oferecendo serviço de transporte para Varadero. São 145 km, percorridos em 2h e 30 min em uma van ao custo de U$ 24,00.
Ficamos no resort Hotel Barceló Solymar all inclusive, quartos espaçosos e confortáveis, boa comida e praia privativa espetacular. Água azul, tranquila e morna, deliciosa!!

Conhecemos um agente de turismo na praia, daqueles que abordam os turistas na areia, oferecendo ótimos serviços por ótimos preços.
No primeiro dia (13/04), ele nos levou até Matanzas, esperou e nos levou de volta no hotel numa van novinha e com ar condicionado. Encontramos encantadores edifícios coloniais neoclássicos, Igrejas católicas, um teatro e vários museus. Perambulamos pelas ruas movimentadas e pela calçada margeando o rio até anoitecer.
No dia seguinte, o agente nos levou a uma vila de pescadores locais, onde comemos um almoço delicioso, com variedades de frutos do mar. Na volta visitamos um criadouro crocodilos.
Depois do jantar no hotel, assistimos a um show de dança caribenha.
O nosso último dia dedicamos à praia e a tarde fomos caminhando até o centro de Varadero. Ruas largas, belos casarões e a sinalização deixada pelos americanos que ali residiram antes da revolução.
Antes de deixar o resort compramos alguns cartões de Internet da ETECZA, cada um com de crédito de 1 hora, que ali eram vendidos por U$1,00. Eles também podem ser adquiridos dos cambistas nas praças de wi-fi e lojas da operadora.
Na manhã seguinte partimos para a cidade de Trinidad, distante 270 km.
Demos uma parada em Santa Clara para visitar o Mausoléu de Che Guevara.
Chegamos ao destino cansados e com uma fome terrível. Ficamos hospedados na casa de uma senhora muito simpática que vive com a filha casada e uma neta. Ocupamos um quarto amplo e confortável. É uma casa colonial próxima da corrente que separa o centro da cidade com calçamento em pedras e trânsito impedido. Tomei um banho demorado.
Saímos por volta das 17h buscando um restaurante para jantar e encontramos um maravilhoso na 328 Calle Gutiérrez, 328. Restaurante San José. Comida deliciosa, farta e preço ótimo. Comi tanto que tive problemas para conciliar o sono apesar do cansaço.

Na volta ao hostel, paramos em frente à Casa de la Musica, bar em escadaria onde tocam os ritmos cubanos, servem bebidas e ensinam a dançar. À noite, a escada é fechada e se transforma em restaurante com música ao vivo. Não animamos entrar.
Dia seguinte partimos para um passeio pela cidade. São 1.200 edifícios de grande valor arquitetônico. Trinidad foi fundada em 1514. Tem a Plaza Mayor como ponto de referência e a Igreja de São Francisco construída em 1813. Visitamos o Museu Romântico que guarda uma bela coleção mobiliária de meados do século 19 (entre 1830 e 1860) e peças de vidro, porcelana, mármore, madeira e muitas obras de arte. Tudo muito bem conservado e a guia que nos acompanhou ia explicando a origem de cada peça e quando foi levada para Cuba.

La encontramos uma debutante sendo fotografada para compor seu álbum. Usava um vestido maravilhoso e consentiu que eu tirasse uma foto.

No início da tarde dividimos um táxi até Havana com um casal de americanos.
Ficamos hospedados no Hotel Blue Village, na calle Curazao, 24, entre calles Luz e Acosta, Havana Vieja. A reserva foi feita e paga com cartão visa no Booking, 05 diárias por U$155,00. Cama confortável, ventilador de teto, banho quente e com muita água, café da manhã continental, saboroso e preparado na hora com frutas, ovos fritos ou mexidos, pão, manteiga, geleia, leite, café e suco natural.
Na sexta saímos para andar pela cidade. O Hotel fica bem próximo do centro. Pegamos o bus turístico. Era 19 de abril, feriado de Sexta-feira Santa e não conseguimos visitar os monumentos da Plaza de la Revolución e Memorial San Martí e o seu Mirador. Decidimos percorrer a cidade apreciando as construções na rota do bus. Tem muita coisa bonita para ver. Em frente ao porto, a Plaza San Francisco de Assis que abriga a belíssima Igreja e Monastério de São Francisco de Assis, atual casa de concertos de música clássica e um museu de arte religiosa. Na região do Malecón estão os prédios altos e modernos, restaurantes e hotéis de luxo.
No sábado almoçamos no restaurante Los Nardos, pratos bem servidos e comida de ótima qualidade, música ao vivo, serviço requintado e preços compatíveis. Fica no 3º andar de um prédio antigo no Paseo de Martí, de frente para o Capitólio. Nos andares mais baixos ficam outros 2 restaurantes: D’Lirios e Trofeo. Gostamos tanto que retornamos no domingo para almoçar no D’Lirios, igualmente ótimo. Chegamos ao meio dia e não encontramos fila.

Aproveitamos nossa estadia para visitar os principais pontos turísticos da cidade:
- Praça da Catedral de la Vírgen María de la Concepción Inmaculada de la Habana
- Plaza Vieja - prédios coloridos no entorno e a Câmara Obscura, uma fonte e ótimos restaurantes, incluindo uma micro cervejaria. Local perfeito para sentar, tomar uma bebida, fotografar os belos prédios e almoçar
- Calle Obispo – Principal rua de Havana, onde se concentram vários bares, restaurantes, lojas de souvenires, livrarias, casa de câmbio (Cadeca) e centro de informações. Tem uma feira de artesanatos onde a cada dia tem novos artesões muito bons.
- O Floridita, que tem uma estátua do Ernest Hemingway e o ambiente remonta os cabarés dos anos 50, com decoração e música de bom gosto, e que serve o melhor Daiquiri encontrado em Havana.
- A Bodeguita del Medio com suas intermináveis filas para apreciar os mojitos regados ao som inesquecível cubano com direito a percussão, baixo acústico, flauta transversal, cajon e 3 maracas.
- Praça das Armas – Museo de la Cuidad ou Palacio de los Capitanes Generales e o Castillo de la Real Fuerza (a fortaleza mais antiga das Américas
- Museo de la Revolución - O prédio em si é belíssimo, com seu interior decorado pela Tiffany’s. E foi da sacada do salão dos espelhos que Fidel fez um de seus discursos mais importantes. Logo atrás fica o Memorial Granma. É um memorial aos mortos nas batalhas e guarda alguns jeeps e carros usados pelos guerrilheiros e o iate (o Granma) que levou Fidel Castro e seus companheiros do México para Cuba para começar a revolução.
- Museu do Chocolate – tomamos uma bela chávena de chocolate quente.
– Parque Central de Habana - Capitólio (sendo restaurado - belíssimo), Hotel Inglaterra e Hotel Manzana Kempinski (à noite oferece drinks no terraço com vistas magníficas do parque - lado mais sofisticado e moderno de Havana), Gran Teatro La Habana, vários carros antigos
- Parque Histórico Militar Morro-Cabaña – do outro lado da Baía - Fortaleza de San Carlos de la Cabaña e Museo de Comandancia del Che e Castillo de los Tres Reyes del Morro. Às 21:00 acontece a cerimônia del Cañonazo, os tiros de canhão que também pode ser visto do Malecón.
- Universidade de Havana - construída por monges no século XVIII – Um tanque de guerra capturado durante a Revolução Cubana está em exposição na engrada, museu de antropologia com artefatos da era pré-colombiana.
- Hotel Habana Libre com seu lobby retrô, cheio de fotografias dos revolucionários posando no hotel e o Hotel Nacional construído na década de 30 como uma réplica do Breakers Hotel, que fica em Palm Beach, na Flórida.
- Museu de Belas Artes de Cuba - dividido em dois: um com arte universal que data desde a pré-história e outro somente com arte cubana.
No dia 22/04 - Segunda-feira, deixamos LA HAVANA e partimos no voo das 15:10 para a cidade do Panamá. Deixamos uma cidade com personalidade própria e um povo orgulhoso de seus costumes, sua pátria e cidadania.

Nossa reserva era no Doubletree By Hilton Hotel Panama City - (03 diárias por U$ 184,32) muito bem situado no centro, próximo a uma estação do metro. Não avistamos nenhum vestígio da civilização típica das cidades da América Central, estávamos cercados de arranha-céus modernos, cassinos e casas noturnas por todos os lados ficamos com a impressão de estar em alguma cidade americana. Foi grande a influência dos USA naquele país durante os anos que controlaram o fluxo de navios no canal do Panamá. A moeda é o Balboa ou o dólar, paridade 1x1. Os euros eram menos valorizados que o dólar e difíceis de cambiar.
Nossa primeira visita foi ao Canal do Panamá, uma das maiores obras de engenharia já construídas no mundo - sistema de eclusas ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. Foi fácil chegar. Descemos na Estação de metrô Albrook interligada com o terminal terrestre Albrook, de onde saem a cada hora (…9h, 10h, 11h…) os ônibus com destino a Miraflores. Descemos no último ponto, em frente ao Centro Turístico do Canal - Gatún Lake.
No Gatún Lake fica um dos conjuntos de eclusas do Canal do Panamá, do lado do Oceano Atlântico. O lugar é aberto para visitas permite ver o funcionamento do Canal. O Museu do Canal Interoceânico do Panamá explica a história do canal (vídeos, painéis, fotos, recortes de jornais, objetos, entre outros itens). A Ponte Las Américas liga os dois lados do Canal no Oceano Pacífico, construída em 1962.
Nos demoramos lá até a passagem de um navio que transportava carros e outro que transportava combustível.

Na volta aproveitamos para explorar o Albrook Mall, considerado um dos melhores shoppings do Panamá. Encontramos a maioria dos produtos fabricados na china e encontrados nas feiras do Brasil. Não compramos nada. Os preços são cotados em dólar e não compensa.
No dia 24, tentamos visitar o Casco Antigo da cidade. Entramos no metro e lá fomos nós. Encontramos, logo na saída da estação, um trânsito intenso e tanta gente pelas calçadas que fiquei com medo de andar por ali. Demos meia volta até o metro e retornamos ao hotel. Resolvemos ir andando até um shopping que nos pareceu estar próximo, e debaixo de sol do meio dia, varamos a distância que subestimamos até o shopping, chegamos exaustos e apenas almoçamos um sanduiche com bacon, queijo e frango crocante e com muito molho, bastante saboroso. Retornamos ao hotel de taxi.
Na quinta-feira embarcamos as 11:16 hs para Cartagena, Colômbia. Chegamos às 12:23 hs e partimos num taxi, pago em dólares, para o Hotel San Martin em Bocagrande.
A moeda local é o Peso Colombiano, mas o comercio aceita o pagamento em dólares e o recebem por uma taxa de cambio bem melhor que o banco, dependendo da negociação com o lojista, ávido por vender.
Cartagena de Índias foi fundada em 1 de junho de 1553 e está nas margens do Mar das Caribe. Foi o porto mais importante da América na época colonial. Foi palco de grandes batalhas lideradas por Simón Bolívar, para liberar a América do domínio Espanhol. Atualmente, é a quinta maior cidade da Colômbia.
Cartagena de Índias é uma cidade-museu e o seu centro histórico conservou a sua riqueza cultural, arquitetônica e artística, tendo sido declarada Património Nacional da Colômbia em 1959 e Património Histórico e Cultural da Humanidade em 1984 pela UNESCO.
A sua arquitetura é uma mistura de colonial, republicana e moderna. As ruas estreitas são ladeadas por edifícios coloridos dos séculos XVI, XVII e XVIII e varandas floridas. À noite, a iluminação realça o encanto do centro histórico.
A Cidade Amuralhada é dividida em quatro pequenos bairros - Centro, San Diego, Matuna e Getsemani e rende belas fotos.

A muralha com 11 quilómetros de comprimento e os seus baluartes, rodeia a cidade velha, onde se concentram algumas das principais atrações turísticas: a Torre do Relógio, o Palácio da Inquisição, igrejas, os Museus do Ouro e das Fortificações, as Plaças de la Aduana, Fernández Madrid, de Armas e de los Coches. Perto do centro histórico encontra-se o Castelo de San Felipe e o Convento de Santa Cruz de La Popa, com vistas espetaculares do mar.
A Igreja, o Convento e o Claustro de São Pedro Claver são lindíssimos e foram construídos entre 1580 e 1654. No Museu-Santuário de São Pedro Claver pudemos conhecer a vida do Padroeiro dos Direitos Humanos, São Pedro Claver.
A igreja tem um órgão e um coro, semelhantes aos da igreja de San Juan de Letran, em Roma, e a sua fachada é considerada a mais rica e monumental de Cartagena. Foi declarada Monumento Nacional a 2 de novembro de 1995.
O Castelo de San Felipe de Barajas foi construído entre 1536 e 1657 para proteger a cidade dos piratas que vinham em busca das riquezas extraídas das colónias. A fortaleza tem várias passagens secretas para uso dos militares. É considerada a maior construção espanhola no Novo Mundo.
As visitas às ilhas do Arquipélago do Rosário, Playa Blanca e San Andrés devem ser planejadas e reservadas com antecedência nos hotéis locais.
A Torre do Relógio é um dos mais famosos cartões postais da entrada da cidade amuralhada.

Na Segunda-feira, 29/04 retornamos ao Panamá no voo das 9:35 hs..
Tínhamos somente U$15,00 para o taxi, mais do que havíamos pago no UBER quando fomos para a Colômbia. O primeiro motorista que nos abordou não aceitou nos levar ao hotel por U$15,00, mas logo outro, que estava próximo, nos abordou dizendo que aceitava, mas não deixou passar a oportunidade de nos advertir por ter ido ao Panamá levando Euros ao invés de dólares. Mais de uma vez expliquei que possuíamos EUROS, que as taxas de câmbio no aeroporto eram muito baixas e eu não quis comprar dólares e ele parecia não ouvir. Ficamos no mesmo hotel, onde havia deixado uma parte das malas.
Após instalados, chamamos um UBER para ir ao Casco Antigo da cidade. Não acreditava que era somente aquilo que vimos anteriormente. Fomos direto almoçar no Mercado de Mariscos. Foi uma boa escolha, provamos o ceviche servido de cortesia, uma cerveja geladinha e um peixe frito com batatas e salada muito saboroso. La comprei uns perfumes de um ambulante por um preço ótimo e ele disse que o melhor lugar para fazer compras é num free shop na Isla Flamenco, nos bairros Marbella ou Punta Pacífica. Precisava levar o passaporte. Essa zona possui ainda muitos barzinhos e restaurantes bacanas para você almoçar.
Atravessamos a rua e la estava o Casco Antigo da cidade. Passamos na frente da casa branca onde vive o presidente do Panamá. Passamos pela Praça da Independência, a Basilica Santa Maria com sua torre única para não ter que pagar impostos à coroa, a Igreja de San José (construída entre 1671 e 1677 com seu altar de estilo barroco com pintura de ouro, que sobreviveu a um incêndio que arrasou o Panamá), a Plaza Bolivar e Convento Santo Domingo (mais conhecido como Arco Chato). No Parque Quinto Centenário há uma bela vista para a área moderna da cidade e comprei por U$25,00 o chapéu de panamá que tanto procurei.
No dia 30, partimos para Panamá Viejo (não confundir com o Casco Antiguo). É sitio arqueológico com as construções e ruínas feitas em pedras entre os anos de 1519 e 1671. Museu Patronato Panamá Viejo, que conta a história da antiga Cidade do Panamá tem painéis, quadros, maquetes, vídeos e vários objetos que ajudam a contar aos turistas um pouco da história da cidade e como viviam seus habitantes. Fica um pouco afastado dos outros locais turísticos e levamos a manhã inteira por lá. Na saída visitamos o Centro Artesanal de Panamá Viejo, onde vendem artesanato local, muitas vezes produzido por indígenas. Mais uma vez não compramos nada.
Na terça-feira retornamos para Brasília no Voo das 15:58 hs – chegada as 00:05 hs.
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